30 quilómetros de túneis: Adega o segredo mais antiga do mundo
A história por trás da adega centenária que revolucionou a produção de vinho
Em 1659, Manuel Raventós Domènec transformou uma quinta com castelo do século XII em ruínas numa das vinícolas mais impressionantes da Espanha. Localizada em Sant Sadurní de Noia, a apenas 20 quilómetros de Barcelona, a propriedade de 3.200 hectares recebeu o nome de Anna Codorníu, em homenagem à esposa do fundador.
O projeto ambicioso incluía a criação de mais de 100 quilómetros de valas para vinhas, com o objetivo específico de especializar-se na produção de cava. Este vinho espumante tradicional catalão exigia condições especiais de armazenamento, levando Manuel a iniciar a construção de uma adega subterrânea que mantivesse temperatura constante durante todo o ano.

O labirinto subterrâneo que guarda séculos de tradição vinícola
A necessidade de expandir a produção levou os descendentes de Manuel a contratar Josep Puig i Cadafalch, arquiteto contemporâneo de Gaudí, para projetar os famosos túneis. O resultado foi um complexo subterrâneo de 30 quilómetros, caracterizado por naves cobertas com arcos parabólicos e vitrais artísticos que conferem um ambiente único ao espaço.
Reconhecida como Monumento Histórico-Artístico em 1976, a adega representa um dos exemplos mais notáveis de arquitetura dedicada à vinificação. O labirinto subterrâneo funciona como uma cidade subterrânea, onde milhares de garrafas e pipas antigas repousam em condições ideais de temperatura e humidade para o envelhecimento dos vinhos espumantes.
Experiência turística única através dos túneis centenários
A visita guiada de 78 minutos oferece uma jornada fascinante através da história da vinicultura espanhola. Os visitantes embarcam num comboio especial que percorre os túneis, passando pelo Museu Codorníu, a Grande Adega, a Porche de las Prensas e o solar histórico mencionado em crónicas de 1551.
Durante o percurso, é possível observar o processo tradicional de dupla fermentação que caracteriza a produção de cava, além de degustar duas variedades de vinho. O investimento de 68€ inclui não apenas a experiência educativa, mas também a oportunidade de adquirir rótulos exclusivos produzidos através de métodos sustentáveis de viticultura.
Gastronomia de autor no coração da vinícola histórica
O chef Víctor Lema assumiu o comando da cozinha do La Torre de Codorníu, oferecendo uma proposta gastronómica baseada em produtos sazonais e locais com influência mediterrânica. O restaurante, instalado numa das torres principais da propriedade, harmoniza pratos de alta gastronomia com os vinhos produzidos nas caves centenárias.
O menu inclui opções sofisticadas como vieiras com cebola assada e trufa branca, lagosta no carvão, codorniz à moda antiga e costeleta de carne galega maturada. Os dois menus disponíveis, Ars Collecta e La Torre, oferecem experiências completas com harmonização de vinhos, sendo que o preço médio por refeição é de 45€, podendo chegar a 110€ quando combinado com a visita guiada.
Processo tradicional de produção mantém autenticidade secular
A família Codorníu mantém o foco exclusivo na produção de cavas, preservando o método tradicional que envolve dupla fermentação. As uvas são cuidadosamente selecionadas nas vinhas da quinta, seguindo diretrizes rigorosas de viticultura sustentável antes de passarem pelo processo artesanal de vinificação.
A variedade de produtos inclui cavas branco, rosé e tinto, elaborados com castas como Chardonnay e Pinot Noir. Os preços variam entre 6,75€ para o Cava Cuvée Original e 60€ para o Codorníu Ars Collecta, um grande reserva que representa o topo da produção da adega histórica.
Acesso e informações práticas para visitantes
Para chegar à adega, os visitantes devem voar até Barcelona, com opções de voos a partir de 27€ do Porto, 57€ de Lisboa e 73€ de Faro. A partir do aeroporto, é possível deslocar-se de transportes públicos numa viagem de aproximadamente duas horas, ou de carro em apenas 30 minutos até à Avenida Jaume de Codorníu.
O restaurante funciona de segunda a sexta-feira, das 9h30 às 17h30, sendo necessária reserva prévia para fins de semana. Esta logística acessível torna a experiência viável para visitantes portugueses interessados em explorar uma das adegas mais antigas e impressionantes do mundo, combinando história, arquitetura e gastronomia numa única experiência inesquecível.
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